Antecedentes
União Latino-americana de Entidades de Psicologia
Em 05 de abril de 1997 na sede da Coordenadora de Psicólogos do Uruguai, foi realizado o IV Encontro Integrador de Psicólogos do Mercosul.
Estiveram presentes, representantes das cinco entidades dos países membros. O temário incluiu aspectos da organização do Comitê Coordenador de Psicólogos do Mercosul, e trabalhou paralelamente a Comissão de Formação e de Ética, os quais produziram avanços importantes para a assinatura dos respectivos protocolos. O ponto 5 e 6 das conclusões deste IV Encontro Integrador, nos situa na questão da projeção para a América Latina:
“……o Comitê Coordenador…acorda nos seguintes pontos:
5. Propender à união da psicologia e dos psicólogos na América Latina, em todas suas expressões teóricas e metodológicas. Para tanto, o Comitê Coordenador participará do Congresso SIP em São Paulo.
6. Tender à criação de um espaço representativo da psicologia latino-americana. Para tanto, manter-se-á uma permanente comunicação com colegas e instituições nucleadoras de psicólogos nos países da América Latina.” Por primeira vez dentre o grupo de trabalho que constituíamos os representantes das entidades gremiais dos países do Mercosul, surgia o propósito expansivo e a visão do contexto latino no qual estávamos. De aí em mais, o debate do assunto teve diferentes nuanças e tonalidades, em cada um dos seguintes Encontros que se realizavam. Somou-se para tanto, algumas mudanças e/ou alternâncias dos representantes das entidades como o Brasil e o Uruguai. Em junho de 1997, no Congresso SIP que se realizou em São Paulo, com a coordenação e organização dos representantes do Brasil, foi apresentado o Simpósio no qual se expôs o desenvolvimento do Comitê e os projetos analisados.
O representante chileno, Carlos Urrutia, teve a seu cargo referir-se ao projeto da união latino-americana, avançando com os conteúdos de um estatuto. No Simpósio, foi convidado para participar da exposição colegas do Peru, Costa Rica, Cuba, Venezuela, Bolívia, que estavam presentes no Congresso. Em agosto de 1997 em Assunção, a reunião dos representantes da Argentina, Bolívia, Uruguai, Brasil e Paraguai esteve dedicada maiormente, a definir e aproximar as diferenças que surgiam com relação de como se entendia e a partir dali para que, da união latino-americana.
O debate foi intenso e repleto em intercâmbio. Em 7 e 8 de novembro de 1997, foi realizado o V Encontro Integrador em Santiago do Chile no marco de um evento científico, redige-se uma Ata Acordo entre as entidades e uma Convocação às entidades da América Latina a partir dos acordos de Assunção, e que foi difundida por cada uma das entidades convocantes. Em 11 e 12 de junho de 1998, foi realizado em La Paz, Bolívia, o VI Encontro Integrador. Ali se redige um documento de Difusão segundo expressa o ponto 9 das Conclusões: ” 9. Aprovar o Documento de Difusão dirigido às organizações nacionais acadêmicas, gremiais e científicas de psicólogos da América Latina, a se difundir no III Encontro Temático, com vistas à formação da União da América Latina de Psicologia.” Este acordo, reflete um avanço importante. Por primeira vez, definiam-se as características das entidades a convocar, e se mencionava a União de psicologia. Em agosto de 1998, realiza-se o III Encontro Temático em Buenos Aires.
Ali, nas conclusões do mesmo, é feita a leitura do documento elaborado em La Paz com o propósito de renovar a convocação. Finalmente, em setembro de 1999 foi realizado em Buenos o I Encontro de Entidades de Psicologia da América Latina que concluiu manifestando a vontade, o interesse e a vontade de fazer efetiva uma verdadeira integração das entidades de psicologia da América Latina. Em julho de 2001, um segundo Encontro foi realizado em Santiago de Chile, para dar continuidade à articulação, esta vez no Hotel Tupahue. Ali se decidiu realizar uma nova convocação a sua formação no México no mês de novembro de 2002.
A Declaração de Buenos Aires de setembro de 1999 expressa o seguinte:
DECLARAÇÃO DE ENTIDADES DE PSICOLOGIA DA AMÉRICA LATINA EM BUENOS AIRES.
1. manifesta-se a vontade, o interesse e a necessidade de fazer efetiva uma verdadeira integração de entidades de psicologia na América Latina.
Sobre as características dessa articulação
2. como uma rede horizontal de entidades de psicologia e de psicólogos latino-americanos. Uma rede ampla e democrática fundamentada em princípios básicos comuns, que respondam às necessidades da sociedade latino-americana.
Objetivos gerais
3. a) integrar as entidades a fim de impulsionar o desenvolvimento de referências para uma psicologia, como ciência e profissão, comprometida com a melhoria e otimização da qualidade de vida e o bem-estar psicológico na América Latina. b) gerar estratégias para dar visibilidade às práticas e conhecimentos que expressem esse compromisso.
Desenvolvimentos possíveis
4. Organizar um simpósio sobre integração de psicologia na América Latina em breve prazo. Organizar um congresso latino-americano de integração de psicologia em médio prazo.
Promover a difusão mais ampla deste documento.
Procurar formas mais efetivas de convocação e comunicação com outras entidades.
Buenos Aires, 12 de setembro de 1999.
Fundamentos da ULAPSI
A proposta de formar uma união latino-americana “como uma rede horizontal de entidades de psicologia e de psicólogos latino-americanos, ampla e democrática, fundamentada em princípios básicos comuns que respondam as necessidades da sociedade latino-americana” , levou a convidar a se somar às demais entidades dos outros países da região.
Considerou-se que esta proposta era uma responsabilidade iniludível das entidades nacionais, frente o desenvolvimento científico, acadêmico e profissional alcançado pela psicologia, no marco da cultura e identidade latino-americana.
Assim, consideramos que a psicologia obteve um nível de madures e desenvolvimento suficiente nos países da região, como para responder com instrumentos próprios às demandas da população e às temáticas envolvidas nos principais problemas sociais da LA.
Acreditamos que este desenvolvimento evidencia-se em:
- Existência da formação de grau em psicologia, em todos os países ao sul do Rio Grande.
- Há pós-graduações consolidadas, nos mesmos países.
- As publicações, livros, boletins e revistas de psicologia, são numerosas e importantes e refletem uma produção científica de longa data.
- Existem sociedades científicas, gremiais, colégios, federações e associações, que representam a ocupação profissional e científica da psicologia na maioria dos países.
- Há redes de unidades acadêmicas, que fomentam o crescimento e o desenvolvimento da formação de grau e pós-graduação.
Objetivos:
I. Integrar as entidades que a formem, “a fim de impulsionar o desenvolvimento de referências para uma psicologia como ciência e profissão, comprometida com o melhoramento e otimização da qualidade de vida e o bem-estar psicológico na América Latina”.(1)
II. “Gerar estratégias para dar visibilidade às práticas e conhecimentos que expressem esse compromisso”(1), para o desenvolvimento de uma psicologia que aporte a identidade e a cultura latino-americana.
III. Fomentar a existência de instâncias de participação e debate, em torno à problemáticas da globalização na América Latina, para responder como psicólogos frente os requerimentos do século XXI.
IV. Gerar uma agenda única para cada país da América Latina, contendo os assuntos de opinião mais relevantes para os psicólogos que permita organizar equipes especializados de trabalho e/ou investigação em toda a região.
V. Definir aspectos que façam referência às competências, habilidades e conhecimentos para cada âmbito de aplicação da psicologia na América Latina, em função de critérios básicos de formação.
Ações:
- Gerar projetos de impacto regional e em cada país, visando a privilegiar a investigação aplicada, integrando a ocupação científica do psicólogo com as práticas profissionais recorrentes em cada país.
- Fortalecer os vínculos internacionais das entidades de psicologia, para consolidar novos ordenamentos e estratégias, frente à realidade latino-americana em geral e de cada país em particular.
- Organizar um simpósio sobre integração da psicologia na América Latina e um Congresso Latino-americano de integração de psicologia.
1 Declaración de Buenos Aires